quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mais uma vez solidão

Sabe? Às vezes a vida é tão dura. Às vezes a gente é tão fraco. Às vezes morro de vontade de voltar correndo pra casa, de abraçar meus pais e não deixar eles me soltarem nunca mais. Às vezes eu só queria ser criança de novo. Não ter que me preocupar com nada. Poder brincar. Poder errar sem por em risco o resto da minha vida sabe?
Tudo acontece tão rápido. Você nasce, é rodeado de amor e carinho e de repente você está sozinho.
Eu não gosto de ficar sozinha. Li uma frase hoje que falava que a estrada da solidão é tão perigosa que a gente nunca deve passar por ela sozinho. Irônico. Me diz? O que na vida não tem pelo menos uma gota de ironia?
Você pode ter amigos íntimos, ser super próximo dos seus pais, pode pagar um terapeuta, não importa, você está sempre sozinho. Mas essas pessoas são importantes. É tão bom poder preencher esse vazio com a presença de alguém que você ama. É ótimo, mas nunca é suficiente.
Sabe? Eu também sinto medo. E de uns tempos pra cá eu tenho me sentido tão sozinha. Tenho medo de tudo. O futuro amedronta, amedronta, mas nunca chega. O futuro é agora sabe?
E agora eu sei de tanta coisa que eu não sabia quando não me preocupava com o amanhã. E eu descobri que a vida não é bonita não. Descobri que eu faço muito drama. A vida não é boa pra mim, mas não é boa pra ninguém.
Todo mundo tem problemas, todo mundo sabe?
Eu tenho muito medo do futuro. Não por temer não conseguir atingir as expectativas dos meus pais, da igreja, dos meus amigos. Tenho medo de não conseguir ser tudo que eu sou capaz. Tenho medo de olhar pra trás e ver que eu poderia ter feito diferente, melhor sabe?
Sabe? Crescer não é legal, não, não é nada legal.
E eu demorei quase um ano pra perceber isso. E por mais que você cresça, nunca vai conseguir agradar a todos. Por mais que você mude, vai sempre ter alguém que acha que você ainda tem que mudar muito. E você tem, é a vida, se ficar parado os outros pisam.
A vida é tão pesada, tão doída. E dói, dói de verdade, dói lá no fundo, onde ninguém alcança. E a dor dá medo, e o medo te afasta das pessoas.
Conheço gente que tem dificuldade de se abrir com os outros, eu não. Eu tenho problemas pra me abrir comigo mesma. Tenho medo de ver coisas que eu não quero. Tenho medo de não gostar de mim, de não gostar do que eu sou.
E eu sou, ninguém pode ser por mim. Você é, ninguém pode ser por você.
Estamos sozinhos nessa, mais uma vez solidão.