É engraçado como a gente tem essa mania louca de querer resumir tudo em palavras. Palavras. Acho que foi o modo mais eficaz que encontramos pra externar opiniões, pensamentos e algumas vezes até sentimentos.
Sentimentos. Sentimentos são impossíveis de ser resumidos em palavras. Qualquer sentimento, qualquer um. E todo mundo cresce ouvindo isso, que é quase irracional querer falar o que se sente. Sentimentos são pra sentir não pra dizer.
Mas o tempo passa, e sinceramente, eu acredito muito que no intervalo entre a infância e a velhice todos nós ficamos mais imbecis se é que vocês me entendem. A gente perde a essência da criança que a gente era, e só vai recuperar lá na frente, quando a vida chega quase no fim.
E nesse intervalo, a gente esquece de muita coisa importante. Deixa de dar valor a muita coisa importante pra reverenciar coisas fúteis sabe? E uma das coisas que a gente misteriosamente esquece, é de parar de tentar explicar o que a gente sente, e simplesmente sentir. Começamos uma busca totalmente sem sentido, de palavras que possam passar pro outro o nosso sentimento. E isso não existe.
Eu faço isso o tempo todo, tento fazer com que as pessoas entendam meus sentimentos. Foi quando eu percebi que a palavra 'amor' já não era suficiente. Mas amor é o sentimento mais sublime, no mais alto posto dos sentimentos. Eu falo 'eu te amo' e sinto que falta alguma coisa, tô perdida? Completamente.
Parei pra pensar e descobri que esse sentimento que eu me esforço tanto pra dizer, não existe. Não é amor, não é paixão. Não tem nome por que ele não nasceu pra ser dito, ele foi concedido a mim pra ser sentido, da maneira mais pura que existe. Esse sentimento não existe por que ele é só meu. É meu. E é com você que eu quero dividi-lo. Sem palavras.
'Eu te amo' era a frase mais forte que eu conhecia, que carregava a maior responsabilidade do mundo por que trazia com ela a parte mais oculta de um coração. Mas com você, 'eu te amo' ficou simples demais.
x E y / x - y = Ø
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