Onde já se viu um mundo onde ter é mais importante que ser?
Alguém deve estar olhando pra nós e lamentando todos os dias ao acordar por ver
o que foi feito de suas criaturas.
E não sejamos hipócritas, ninguém se preocupa com quem é,
vamos seguindo. Só indagamos quem somos quando algo destrutivo acontece, para
alguns só o encontro nítido com a morte faz com que a atenção se volte para o
que realmente importa.
Vamos vivendo nossas vidinhas medíocres como se estivéssemos
em um Coliseu gigante, onde o objetivo dos gladiadores não é matar os outros a
facada ou porrada, e sim com palavras. A língua é uma arma, muitas vezes mais
letal que uma faca.
Mas para ser o grande vencedor não basta matar centenas de
companheiros. Vence quem tiver mais papel. E quem não consegue, se vende por
papel com um pouco de corante. É só dizer isso em voz alta para perceber o quão
idiota somos por viver por uma coisa dessas.
Quem é você? Quem sou eu? Saber eu não sei, mas nós somos,
ou pelo menos deveríamos ser, muito mais que um perfil no Facebook.
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